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Depois quando?

Procrastinação

 
Procrastinação: o que é, como se manifesta e por que adiamos o que mais importa

Você já disse a famosa frase “depois eu faço”?

Já se viu enrolando para começar uma tarefa importante, mesmo sabendo que ela precisa ser feita?

Se isso acontece com frequência, é possível que você esteja lidando com a procrastinação, um comportamento comum, mas muitas vezes mal compreendido.

Neste artigo, vamos explorar o que é a procrastinação, como ela se manifesta, seu espectro (sim, há diferentes níveis), e principalmente: por que e para quê uma pessoa procrastina.

O que é procrastinação?
A procrastinação é o ato de adiar voluntariamente uma tarefa — mesmo sabendo que isso pode trazer consequências negativas. Diferente de simplesmente “descansar” ou “organizar prioridades”, a procrastinação é uma forma de evitação emocional, que muitas vezes está ligada ao medo, à insegurança ou à baixa autoestima.

Como a procrastinação se manifesta?
Ela pode aparecer de maneiras bem sutis no dia a dia, como:

Adiar tarefas repetidamente;

Gastar muito tempo em atividades de distração (como redes sociais);

Justificar o adiamento com perfeccionismo (“ainda não está bom o suficiente”);

Sentir culpa, frustração ou vergonha por não conseguir começar ou terminar o que é importante.

Sintomas emocionais comuns:
Ansiedade;

Sensação de paralisia;

Dificuldade de concentração;

Autocrítica excessiva;

Cansaço emocional constante.

O espectro da procrastinação
Assim como outros comportamentos humanos, a procrastinação pode se manifestar em diferentes níveis de intensidade:

 Procrastinação leve:
Adiamentos ocasionais.

Situações em que a pessoa ainda consegue manter

o controle e cumprir prazos, mesmo que no limite.

 
Procrastinação moderada:
Atrasos frequentes em tarefas importantes.

Impacto direto na produtividade, nos estudos ou no trabalho.

Sensação recorrente de frustração consigo mesmo.

 
Procrastinação crônica ou severa:
Adiamentos persistentes que afetam áreas fundamentais da vida (carreira, relacionamentos, saúde).

Pode vir acompanhada de ansiedade, depressão, baixa autoestima ou até transtornos como TDAH.

A pessoa se sente “presa” num ciclo de culpa, cobrança e paralisação.

 
Por que e para quê procrastinamos?
Essa talvez seja a parte mais interessante  e mais transformadora  da conversa.

A procrastinação não é preguiça, como muita gente pensa. Ela geralmente está ligada a processos emocionais mais profundos.

 
Por que procrastinamos?
Medo de falhar: Se não começo, não corro o risco de errar.

Medo de ser julgado: Especialmente quando a tarefa envolve exposição ou avaliação.

Perfeccionismo: A ideia de que tudo precisa estar impecável paralisa.

Baixa autoestima: A pessoa não acredita que é capaz de realizar a tarefa.

Tarefas desconectadas do propósito pessoal: É difícil se engajar em algo que não faz sentido interno.

 
E o “pra quê”?
Todo comportamento tem uma função psicológica. A procrastinação pode ser um “atalho emocional” para:

Evitar o desconforto: Adiar é, muitas vezes, evitar sentir ansiedade, frustração ou insegurança.

Proteger a autoestima: Se eu não tento, não corro o risco de descobrir que "não sou bom o suficiente".

Manter uma falsa sensação de controle: Mesmo que a tarefa esteja atrasada, “ainda está sob meu

controle porque eu não comecei”.

Como transformar esse padrão?
Superar a procrastinação envolve autoconhecimento, acolhimento e estratégias práticas.

Não se trata de ser “mais disciplinado”, mas de entender a raiz emocional do adiamento.

 
Caminhos possíveis:
Terapia: Um espaço seguro para compreender os medos e padrões emocionais que alimentam a procrastinação.

Dividir tarefas em etapas pequenas: Isso reduz o sentimento de sobrecarga e torna mais fácil começar.

Trabalhar o perfeccionismo: Permitir-se errar, ajustar e aprender.

Reconectar com o propósito: Relembrar por que aquela tarefa é importante para você, e não apenas para os outros.

Cuidar da autoestima: A procrastinação frequentemente nasce da crença de que “eu não dou conta”.

Conclusão
A procrastinação é um pedido do corpo e da mente por atenção emocional. Ela não é um defeito de personalidade, é uma forma de lidar com sentimentos difíceis, muitas vezes de forma inconsciente. Ao trazer consciência e compaixão para esse processo, é possível transformar o adiamento em ação com mais leveza e clareza.

Se você se identificou com esse conteúdo e sente que precisa de apoio para lidar com a procrastinação e suas causas emocionais, a psicoterapia pode ser uma ferramenta poderosa para essa mudança.

Você não precisa esperar estar “pronto(a)” para começar,  às vezes, começar é o que te prepara.

Psicóloga Vanessa Martins.

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